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A retinose pigmentar (RP) é uma condição genética progressiva que pode comprometer severamente a visão ao longo do tempo.
Felizmente, uma nova era de pesquisas clínicas e terapias avançadas está abrindo perspectivas concretas para o tratamento da RP no Brasil e no mundo.
Este artigo apresenta um panorama detalhado sobre as terapias já aprovadas, os tratamentos em fase experimental e as linhas de investigação mais promissoras.
Perguntas Importantes Sobre os Novos Tratamentos para Retinose Pigmentar
O que é retinose pigmentar (RP)? Uma doença genética que causa degeneração progressiva da retina e perda de visão.
Existe tratamento aprovado para RP no Brasil? Ainda não aprovado oficialmente, mas o Luxturna® está em fase de regulamentação.
Qual terapia já foi aprovada internacionalmente? O Luxturna®, para mutações no gene RPE65, aprovado pela FDA e EMA.
Quais terapias estão em pesquisa? Optogenética, células-tronco, edição genética (CRISPR) e implantes com IA.
O Brasil participa de alguma pesquisa? Sim. Universidades brasileiras estudam o uso de endocanabinóides com efeitos neuroprotetores.
Há chance de recuperação total da visão? Não. Os tratamentos visam preservar ou restaurar parcialmente a visão funcional.
Dispositivos eletrônicos ajudam em estágios avançados? Sim. Implantes como o Argus II oferecem percepção visual parcial em casos de cegueira.
Terapias experimentais estão acessíveis no Brasil? Ainda não. A maioria só está disponível por meio de ensaios clínicos ou fora do país.
O teste genético é importante? Sim. Ele identifica a mutação e define a elegibilidade para terapias específicas
A retinose pigmentar é uma das doenças oculares hereditárias mais devastadoras. Ela afeta principalmente os fotorreceptores da retina, bastonetes e cones, resultando em perda de visão periférica, dificuldades noturnas (nictalopia) e, em estágios mais avançados, na perda da visão central.
Afeta cerca de 1 em cada 4.000 pessoas no Brasil. Por muitos anos, essa condição foi considerada intratável. No entanto, os últimos cinco anos marcaram uma revolução em tratamentos experimentais e regulamentados, com potenciais aplicações clínicas no país. Continue a leitura para saber as últimas noticias ou entre em contato via WhatsApp para falar com um dos nossos especialistas.
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O que é o Luxturna®?
O Luxturna® (voretigene neparvovec) é uma terapia gênica inovadora desenvolvida para tratar pacientes com RP causada por mutações bialélicas no gene RPE65.
Aprovado pela FDA em 2017 e posteriormente por outras agências reguladoras, incluindo a EMA na Europa, o Luxturna® representa um marco na medicina regenerativa.

Como Funciona?
O tratamento envolve a introdução de uma cópia funcional do gene RPE65 nas células do epitélio pigmentar da retina por meio de um vetor viral adeno-associado (AAV2).
Isso permite que as células retomem a produção de uma proteína essencial para o ciclo visual, melhorando a função dos fotorreceptores.
Disponibilidade no Brasil
Atualmente, o Luxturna® está em processo de regulamentação e introdução no Brasil. A expectativa é que, uma vez aprovado, o tratamento seja incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir acesso mais amplo aos pacientes elegíveis.

Terapias Emergentes: Novas Fronteiras no Tratamento da Retinose Pigmentar
A busca por soluções inovadoras para a retinose pigmentar tem impulsionado o surgimento de terapias experimentais que prometem ir além da abordagem convencional.
No Brasil e no mundo, três frentes de pesquisa vêm se destacando: optogenética, células-tronco e a modulação do sistema endocanabinóide.
Cada uma atua de maneira distinta sobre a retina degenerada, com objetivos que variam entre retardar a progressão da doença e restaurar parcialmente a visão funcional.
Abaixo, veja um comparativo entre as três abordagens mais promissoras:
Terapia | Mecanismo de Ação | Estágio Atual | Potencial no Brasil |
---|---|---|---|
Optogenética | Introduz proteínas sensíveis à luz nos neurônios retinianos | Ensaios clínicos em fase 2 | Promissora, mas exige tecnologia avançada |
Células-tronco | Substituição de fotorreceptores perdidos por células derivadas de iPSCs | Estudos pré-clínicos e iniciais | Interesse crescente em universidades e institutos |
Endocanabinóides | Modulação da neuroinflamação e proteção de células retinianas | Estudos com modelos animais | Pesquisado ativamente por instituições brasileiras |
Essas frentes indicam um caminho multidisciplinar no enfrentamento da retinose pigmentar. O futuro da terapêutica da RP dependerá da integração entre biotecnologia, oftalmologia e políticas públicas voltadas à inovação em saúde visual.
Desafios e Perspectivas Futuras
Acesso e Custo
Um dos principais desafios no tratamento da RP é o alto custo das terapias avançadas, como o Luxturna®, que pode ultrapassar US$ 850.000 por tratamento bilateral.
A inclusão dessas terapias no SUS e a negociação de preços com fabricantes são essenciais para garantir o acesso equitativo aos pacientes brasileiros.
Infraestrutura Especializada
A implementação de terapias avançadas requer infraestrutura especializada e profissionais treinados. Investimentos em centros de excelência e programas de capacitação são fundamentais para a adoção bem-sucedida dessas terapias no país.
Avanços Tecnológicos
O avanço contínuo da tecnologia, incluindo a edição genética com CRISPR-Cas9 e o desenvolvimento de dispositivos de estimulação elétrica, promete expandir ainda mais as opções de tratamento para a RP.
Ensaios clínicos em andamento estão avaliando a segurança e eficácia dessas abordagens, com resultados promissores.
Os avanços no tratamento da retinose pigmentar oferecem uma nova esperança para pacientes e profissionais de saúde no Brasil.
Terapias inovadoras, como o Luxturna®, a optogenética e o uso de células-tronco, estão transformando o panorama do tratamento da RP. No entanto, desafios como o alto custo e a necessidade de infraestrutura especializada ainda precisam ser superados.
Com investimentos contínuos em pesquisa, desenvolvimento e políticas públicas, o Brasil pode liderar na adoção dessas terapias e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes com retinose pigmentar.
FAQ: Perguntas Frequentes sobre Retinose Pigmentar
Diagnóstico e Avaliação
- Quais exames são utilizados para diagnosticar a retinose pigmentar?
Exames como eletrorretinograma (ERG), campo visual, tomografia de coerência óptica (OCT) e testes genéticos são comuns. - A retinose pigmentar pode ser confundida com outras doenças oculares?
Sim, especialmente em estágios iniciais. Por isso, é importante uma avaliação detalhada por um especialista. - Existe forma de prever a progressão da doença?
A progressão varia conforme o tipo genético e outros fatores individuais. Testes genéticos e acompanhamento clínico ajudam na previsão. - A retinose pigmentar afeta ambos os olhos igualmente?
Geralmente sim, mas a gravidade pode diferir entre os olhos. - É possível detectar a doença em recém-nascidos?
Raramente. Os sintomas geralmente aparecem na infância ou adolescência.
Sintomas e Complicações
- A retinose pigmentar causa dor nos olhos?
Não é comum. A doença geralmente é indolor. - A perda de visão é constante ou ocorre em surtos?
A perda de visão é progressiva e contínua ao longo do tempo. - Pessoas com retinose pigmentar podem desenvolver outras doenças oculares?
Sim, como catarata e edema macular cistóide. - A retinose pigmentar afeta a percepção de cores?
Sim, especialmente em estágios avançados, devido à degeneração dos cones. - A fotofobia é um sintoma comum?
Sim, sensibilidade à luz pode ocorrer em alguns pacientes.
Tratamentos e Pesquisas
- Existe algum tratamento aprovado no Brasil?
Atualmente, não há tratamentos aprovados especificamente para retinose pigmentar no Brasil. - Terapias genéticas estão disponíveis para todos os tipos de RP?
Não. Atualmente, terapias como o Luxturna® são específicas para mutações no gene RPE65. - Suplementos vitamínicos ajudam no tratamento?
Alguns estudos sugerem que a vitamina A pode retardar a progressão, mas deve ser usada com cautela e sob supervisão médica. - Dispositivos eletrônicos podem auxiliar na visão?
Sim, dispositivos de baixa visão e implantes retinianos, como o Argus II, podem ajudar em casos avançados. - Há pesquisas em andamento no Brasil?
Sim, instituições brasileiras estão envolvidas em pesquisas sobre terapias genéticas e uso de células-tronco.
Aspectos Genéticos e Hereditariedade
- A retinose pigmentar é sempre hereditária?
Na maioria dos casos, sim. É causada por mutações genéticas herdadas. - Quais são os padrões de herança da RP?
Autossômica dominante, autossômica recessiva e ligada ao cromossomo X. - Testes genéticos são recomendados para familiares?
Sim, especialmente para aconselhamento genético e planejamento familiar. - Portadores assintomáticos podem transmitir a doença?
Sim, especialmente em casos de herança recessiva ou ligada ao X. - Mutação de novo pode causar RP?
Sim, embora seja menos comum, mutações espontâneas podem ocorrer.
Qualidade de Vida e Adaptação
- Pessoas com RP podem trabalhar normalmente?
Depende do estágio da doença e do tipo de trabalho. Adaptações e tecnologias assistivas podem auxiliar. - É possível dirigir com retinose pigmentar?
Em estágios iniciais, pode ser possível, mas é essencial avaliação médica regular. - Quais recursos estão disponíveis para auxiliar na mobilidade?
Cães-guia, bengalas, aplicativos de navegação e treinamentos de orientação e mobilidade. - A tecnologia pode ajudar na leitura e comunicação?
Sim, leitores de tela, lupas eletrônicas e softwares de reconhecimento de voz são úteis. - Grupos de apoio são recomendados?
Sim, oferecem suporte emocional e compartilham experiências e estratégias de adaptação.
Prevenção e Cuidados
- Há formas de prevenir a retinose pigmentar?
Não, por ser uma condição genética, não há prevenção conhecida. - O uso de óculos escuros é benéfico?
Sim, protege contra a luz ultravioleta e pode retardar a progressão da doença. - Alimentação influencia na progressão da RP?
Uma dieta equilibrada pode auxiliar na saúde ocular, mas não há evidências conclusivas sobre retardar a RP. - Exercícios físicos são recomendados?
Sim, promovem bem-estar geral, mas devem ser adaptados conforme a capacidade visual. - Consultas regulares com oftalmologista são necessárias?
Sim, para monitorar a progressão e ajustar tratamentos conforme necessário.
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Revisado pelo: Médico Oftalmologista Dr. Aron Barbosa Caixeta Guimarães -CRM-SP: 129158
Fontes: